eis-me em mais uma postagem sobre alguns discos de triphop que eu gosto. na postagem anterior eu falei do debut da banda (“dummy”). hoje, escrevo sobre o 2o disco do grupo, que aliás tem um nome originalíssimo. #sqn…
também tive contato com ele na mesma ocasião em que ouvi o “dummy”. lembro que consumi-o com a mesma voracidade que o 1o disco. na época em que o escutei, já era notório que eles tinham astrais bem distintos um do outro. confesso que não sei como seria minha reação se eu o tivesse ouvido algum tempo depois de ter tido contato com o álbum de estreia. também não sei se reagiria da mesma forma, caso tivesse escutado os 3 discos da banda de uma só vez. bem…. no geral são faixas imbuídas de um astral bem mais carregado, mais sombrio. não é (MUITO) perturbador, mas também não flerta com a serenidade. acho que você consegue entender.
e a pancadaria começa com “cowboys”. de cara o ouvinte já percebe que aquele clima intimista, meio “xô me aninhar aqui pra escutar essa música consigo”, foi pra vala. um vocal sofrido e uma guitarra árida não deixam você se acomodar no sofá.
“all mine”. talvez essa seja a que mais se assemelha à vibe do 1o disco. essa pegada meio funkeada com o ataque do naipe de metais ficou show, né? diz aí. a minha versão teria linhas de baixo em “legato” em vez de staccato/pizzicato. collab anyone? 😀 a seguir a gente tem aquele bálsamo de felicidade: “undenied”. se você é altamente sugestionável, passe longe da gaveta da cozinha ao ouvi-la. sério.
eu já acho “half day closing” um ponto meio baixo do disco. fico com a sensação de que ela não conseguiu alcançar a “escuridão” que almejava. naturalmente que ela também não é feliz, mas sei lá… faltou um pulso cortado ou coisa afim. e a seguir a banda nos brinda com “over”. de novo os caras nos lembram que não há acordes maiores no disco. é só chororô e depressão. hahah! cadê meu rivotril? xD
“humming”. deveria se chamar “disturbing”. o arranjo de cordas na introdução somado a algo que lembra um theremin (deve ser um sintetizador com um lfo em ação) já dá a deixa de que não vem coisa feliz. “and it’s been so wrong… right now”. eu começo a ficar repetitivo aqui, mas nem posso dizer que a culpa é minha: a linha do disco é toda assim: pra baixo, deprê, cinzenta. que fazer? “mourning air”: outro soco na barriga. outro festival de felicidade. mais idas à cozinha pra pegar uma faca de plástico e cortar os pulsos. +_+ mas ó só: essa linha de baixo é loka hein! (e eu até então não tinha dado bola para esse detalhe, mas a caixa tem muito reverb! o_O)
“how can i forget you / disregard how i feel…” talvez em “seven months” a pessoa consiga realizar a proposta dos versos iniciais da música. e aqui a gente começa a notar uma coisa curiosa: da faixa anterior em diante rola um cansaço, de tanto baixo astral. você percebe claramente porque a estatística de execução das músicas começa a cair praticamente pela metade. and it’s “only you” who can turn my wooden hart. me espanta um tanto essa faixa ser – para mim – a mais bacana do disco e ela ser a 2a mais executada. a folga que a banda dá no climão é mais do que necessária, só que ela só dura 5 minutos, pois logo depois…
vem “elysium”. que é “feliz”. que tem samples. que tem scratches. aliás, esse disco ficou bem marcado por esse fato: se comparado ao dummy a presença desses dois elementos é notoriamente maior.
e a gente chega à derradeira canção do disco. pra mim, a melhor. algo que parece um 808 usado com comedimento, junto com um piano e um arranjo de cordas, elementos que deixaram a música arrebatadora. “i feel so low / on hookers and gin / this mess we’re in”… e essa zona se chama planeta terra, caso você ainda esteja perdido por aí. hahah
nota: veja o clipe de “only you” – mais uma peça do chris cunningham, o mesmo que dirigiu “come to daddy”, do aphex twin.